Pe. Rubens jan 3, 2019

Senhorio de Deus

Senhorio de Deus

Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG)

 

Os sábios do oriente procuraram e encontraram o rei que estava para nascer. Adoraram-no em Belém e lhe ofereceram presentes. Eles mostraram como Deus se deixa encontrar quando procurado e aceito pelo ser humano que reconhece seu senhorio.

Com a festa dos Reis Magos percebemos que o Filho de Deus não veio salvar só um grupo de pessoas nem comunidades de determinada religião. Deus extrapola qualquer limite. Seu amor é ilimitado. Por isso, vem revelar-se a toda pessoa humana como a razão de ser de cada uma. Porém, Ele quer que as pessoas se unam a Ele para implantar uma nova convivência terrena, onde cada um aceite suas coordenadas.  Assim todos encontram o caminho que os regenera e os conduza ao sentido original da história na terra, com justiça, misericórdia e amor. Os que aceitam  fazer parte do grupo que O seguem e assumem sua fé explicita nele, são incumbidos de levar sua luz para todos, com a missão de ensinar o que Ele disse, sendo discípulos e missionários do seu reino.

A Epifania de Jesus, ou sua revelação a toda a humanidade, a partir da visita a Ele pelos sábios do oriente, dá a esperança de vida digna  e realizadora para todos. Paulo lembra que “os pagãos são admitidos à mesma herança” (Efésios 3,6) dos apóstolos e profetas. A “Igreja em saída”, como fala o Papa Francisco, coloca-se em contínua missão de apresentar a toda a humanidade o senhorio de Deus, que transforma os corações para uma convivência fraterna, solidária, promotora do meio ambiente bem cuidado, com inclusão social dos pequenos e humildes.  Os leigos e leigas são encarregados de realizar a transformação das pessoas e organizações nos diversos ambientes e atividades da sociedade, como verdadeiro “fermento e sal da terra”. A comunidade religiosa eclesial, vai entrar mais na dinâmica missionária, saindo de uma ação puramente mantenedora da fé em seu interior, para ajudar a sociedade a perceber o valor da proposta libertadora das escravidões do ter e do consumo do que é puramente material.

O profeta Isaías já alertava para se superarem as trevas que cobriam os povos e os impedia de enxergar as riquezas de ser humano voltado para os valores da graça de Deus, das virtudes humanas e sobrenaturais apresentadas pelo Criador (Cf. Isaías 60,1-6). Sem Deus o ser humano vive afundado na matéria, que não o realiza. Com os critérios divinos promovemos mais cidadania, harmonia, justiça social e a formação da família como vocação para formar as pessoas na grandeza ética e moral, conduzindo todos para a ação social mais solidária, superando as agressões à vida e à dignidade da pessoa humana.

Com a Epifania de Jesus temos oportunidade de viver uma fé transformadora de nossa conduta na terra e nos tornamos novas criaturas com o senhorio divino entre nós.

 

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