Pe. Rubens dez 21, 2022

Monsenhor Antônio Aparecido encaminha mensagem aos diocesanos de São Carlos e Brasília

Monsenhor Antônio Aparecido encaminha mensagem aos diocesanos de São Carlos e Brasília

São Carlos, 21 de dezembro de 2022

 

À V. Excia. Revma. Dom Luiz Carlos Dias,

À V. Excia. Revma. Dom Eduardo Malaspina

Aos Revmo.s padres da Diocese de São Carlos

Aos Rev.s diáconos

Aos queridos religiosos, seminaristas, leigos e toda a sociedade civil da Diocese de São Carlos.

 

Na manhã desta quarta-feira, Sua Santidade, o Papa Francisco, viu por bem nomear-me bispo titular de Centenaria e auxiliar da Arquidiocese de Brasília. Por tal, envio essa carta cordial a todos os senhores, como forma de comunicação eficaz e de perpétua memória deste dia.

Ao receber a nomeação hoje pela manhã, tomei-me de admiração e espanto. Pensei, e ainda penso, que Nosso Senhor Jesus Cristo queira trabalhar com os “fracos, a fim de confundir os fortes” (Cf. ICor 1, 27-29). Tudo que tenho e sou é dom da Graça de Deus. Nada, absolutamente nada, fora recebido a não ser pela Graça. Foi essa mesma Graça que me manteve, sustentou-me, chamou-me e enviou-me. Assim, noto que, apesar da minha fraqueza, Nosso Senhor sempre foi fiel, sempre veio ao meu encontro e sempre me manteve. Digo isso para reforçar: tudo é Graça. Nada é mérito, nada é conforme a minha vontade, tudo deve ser conforme a Vontade d’Ele: “fiat voluntas tua”.

Quando fui ordenado padre, escolhi para me acompanhar o seguinte lema: “Tu sabes tudo, sabes que te amo” (Jo 21, 17). Ele, Nosso Senhor, realmente sabe tudo. Ele sabe da minha fraqueza, sabe da minha simplicidade, sabe da minha pequenez, da minha miséria. Contudo, quis me chamar. Chamou-me do meio de vós, na pequena cidade de Ibaté. Lá nasci, cresci e me formei. Lá, senti, junto ao retiro do TLC, o chamado para a inserção na vida de comunidade. Lá, junto à minha mãe, “Cida do seu Nim de Marcos”, e do meu pai, o “Nim de Marcos”, aprendi o amor às coisas santas e a devoção à Nossa Senhora Aparecida. Lá, com meus irmãos, aprendi o que é ser gente, a conviver e a viver em fraternidade.

Foi nessa pequena cidade, na nossa grande Diocese, que o Senhor me quis chamar. Ele olhou, diria São Francisco, e não vendo ninguém pior, escolheu-me. Sou grato a Ele. Se sou o que sou hoje; se me tornei alguém melhor; se me tornei um cristão de fato, um sacerdote, um ministro da Igreja: tudo é Graça d’Ele. Ele me deu minha família, Ele me deu meus amigos, Ele me deu uma vocação, Ele me escolheu: toda a honra, glória e louvor pertencem a Ele. Assim sendo, não há outra justificativa, a não ser essa: Ele quis contar comigo. Ele, que é o mesmo ontem, hoje e sempre, quis romper a história e agir na minha vida.

Por isso, a Ele toda a glória. Minha gratidão a Ele, Nosso Senhor. Igual gratidão aos seus instrumentos na minha vida: À Eminência Reverendíssima, Dom Paulo Cardeal Costa, amigo e pai. Governou nossa Diocese por 04 anos, mas quis contar comigo, olhando-me com muito respeito e conferindo-me missões específicas, para a maior glória de Deus. Igualmente a Dom Luiz Carlos, nosso bispo diocesano, por, neste 01 ano que está como nosso pastor, demonstrar amor sem par à Igreja e às vocações. A Dom Eduardo Malaspina, amigo e irmão, que, parte do mesmo presbitério, depois elevado à missão de sucessor dos apóstolos, sempre mostrou com simpatia e sorriso o que é viver, de fato, a alegria do Evangelho.

Aos irmãos presbíteros agradeço sem par. São os senhores a minha família. Tornei-me filho de Deus pelas mãos de um padre. Recebi o Corpo de Cristo das mãos do padre. Fui absolvido pelos padres. A nossa vida de fé faz sentido assim! Obrigado. Convosco sempre fui e continuarei feliz. Não há nada, para mim, de mais realizador do que oferecer a Santa Missa. Sinto-me feliz, realizado, pleno. Igual felicidade sinto em cada um dos senhores. Muito aprendi e aprendo com cada irmão. No clero, ainda, fiz grandes amigos. Levarei todos comigo e, a cada Missa, ofereceremos juntos, ao Pai, o sacrifício do Senhor.

Aos seminaristas, dos quais fui responsável nos últimos anos, dou uma palavra de incentivo: ser padre é lindo! É compensador e realizador dizer SIM à Vontade de Deus para nós. Contem sempre, sempre, sempre com as minhas orações e bênção. Levá-los-ei comigo, no coração, caros “caboclinhos”, como costumo chamá-los.

A cada um dos leigos de nossa amada diocese, especialmente da paróquia de São João Batista de São Carlos, a última paróquia que assumi, num curtíssimo intervalo de tempo, minha gratidão. Escolhi como lema: “Teu povo, meu povo” (Cf. Rt 1,16), porque foi, é e sempre será, ao lado de cada um dos senhores, no vosso meio, que compreendi e continuarei a compreender o chamado do Senhor. Como cantamos há anos: “No grito que vem do Teu povo, Te escuto de novo, chamando por mim.” É no meio de vós e convosco que minha vida tem sentido.

Se hoje sou um bispo eleito, antes, fui uma criança nas ruas de Ibaté; um aluno nas escolas de lá; um seminarista de São Carlos; um fiel dessa diocese; um diácono aqui; um padre nesses rincões. Sou filho dessa Diocese. Amo-a como Mãe! Minha gratidão a cada um! Ainda, um pedido: rezem por mim! Não me esqueçam, nunca, em vossas orações. Eu conto com elas. Rezarei sempre por nossa Diocese, comprometo-me. Gratidão sem par vos afirmo!

Por fim, confio-vos à Virgem Maria, a Santíssima Senhora, a Virgem Aparecida. Ela, Rainha e Padroeira do Brasil, é Mãe, é Senhora e é modelo de servidora do Evangelho e do chamado de Deus. A São José, pai nutrício de Nosso Senhor, patrono da Igreja universal, confio as vossas causas mais difíceis, bem como as minhas, para que ele nos ajude a viver com fidelidade a justiça e o amor.

 

Despeço-me de cada um, desejando ricas bênçãos e pedindo vossas orações.

 

Mons. Antonio Aparecido de Marcos Filho

Bispo eleito titular de Centenaria e auxiliar de Brasília

 

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