Pe. Rubens set 14, 2021

Missa Solene marca o centenário de criação da Paróquia São Sebastião de Borborema

Missa Solene marca o centenário de criação da Paróquia São Sebastião de Borborema

Da Redação, com informações e fotos do Agentes de Comunicação da Paróquia São Sebastião de Borborema

No sábado, dia 11 de setembro, foi um dia  cheio de fé, amor e alegria para os paroquianos de Borborema, em virtude das celebrações dos 100 anos da Comunidade Paroquial. O tema do Ano Jubilar do Centenário é “100 anos anunciando a Alegria do Evangelho”, a comunidade irá celebrar até dia 11 de setembro de 2022, este ano de graça e bênção.

A Paróquia São Sebastião foi criada por Dom José Marcondes Homem de Melo, bispo Diocesano de São Carlos, na época Distrito de Borborema – Município de Itápolis, desmembrando-a da Paróquia do Divino Espírito Santo, por decreto de 5 de setembro de 1921. O primeiro sacerdote a residir em Borborema foi o Cônego Heriberto Goettersdorfer, era austríaco de nascimento. Em clima festivo ele instalou, solenemente, a paróquia no dia 11 de setembro de 1921, lendo o Decreto Episcopal que elevava a Capelinha do distrito de Borborema à condição de “Igreja Matriz”, separando-a da Paróquia de Itápolis e ao mesmo tempo lia a provisão que o nomeava primeiro Capelão Cura (pro pároco) e toma posse diante do povo.

Marcando com grande júbilo esta data, às 18 horas na Igreja Matriz São Sebastião, foi realizada a Missa Solene em ação de graças ao Centenário da Paróquia São Sebastião, com a presença de centenas de fiéis. Na abertura da celebração, teve um destaque a Palavra de Deus, que este ano comemora 50 anos do mês da Bíblia. A Palavra de Deus remete aos fiéis que a principal missão, como Igreja, é tornar essa Palavra conhecida para que seja o alicerce de cada lar, da comunidade e da sociedade.

Logo em seguida, houve a procissão de entrada, com a presença de alguns padres que passaram pela nossa paróquia, padres, religiosos e religiosas filhos de Borborema, e também, a presença do pároco Pe. Walterlei Anderson de Sá, Dom Francisco Carlos da Silva (bispo de Lins-SP) e do Administrador Diocesano, Dom Eduardo Malaspina.

Antes da saudação, o pároco Walterlei, acolheu todos os presentes e também os concelebrantes e o Dom Eduardo, presidente da celebração, pela presença neste dia especial para a comunidade de Borborema. O Administrador Diocesano agradeceu a calorosa acolhida dos fiéis e ao pároco, e com alegria agradeceu a Deus por fazer presente nesta celebração dos 100 anos da comunidade paroquial de Borborema.

Na celebração houve a entrada da Relíquia de São Sebastião, padroeiro, que foi levada pela Sra. Idália Borges Coletto, que a mais de 60 anos se dedica com amor e zelo pela comunidade, especialmente, pela catequese, junto com o relicário, a bênção apostólica enviada pelo Papa Francisco por esta ocasião solene.

Na homilia, Dom Eduardo iniciou destacando a importância de celebrar o Jubileu de 100 anos de criação e instalação da Paróquia. “Celebrar o Jubileu é uma oportunidade de voltarmos as origens, e deixar passar no nosso coração tudo aquilo que nesses 100 anos a paróquia viveu. É tempo de voltar aquilo que é essencial. De fazer experiência da libertação de Deus na nossa vida, agradecendo a Deus porque até aqui, o Senhor nos sustentou e permitiu que em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho Amado do Pai, fosse anunciado o Seu Nome, fosse testemunhado por uma comunidade de fé o Seu Amor, mas fosse também, comunicado a todas as pessoas através da evangelização. É tempo de reconhecer, quantos e quantas fizeram e fazem parte desta história, e mais ainda, invocar as misericórdias do Senhor. Na verdade, a história relata o que aconteceu, o silêncio narra o que acontece. É no silêncio contemplativo, que nós experimentamos as surpresas de Deus, que Ele sempre nos surpreende”.

O bispo na sua reflexão destacou vários aspectos neste tempo jubilar da Paróquia São Sebastião, de acordo com a liturgia da Palavra da celebração: Tempo de recordar, regressar, repousar, restaurar.

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É tempo de recordar – O jubileu é um tempo favorável para recordar as memórias da comunidade, de tudo aquilo que o Senhor falou ao coração do povo. “Grandes coisas fez por nós o Senhor”, pois afirmou Dom Eduardo, que o Espírito Santo esteve por primeiro, colocando e fazendo germinar as sementes do Reino no coração dos primeiros moradores. Através do Espírito, foi possível o desejo, a sede, a fome, do infinito, e do anúncio do Evangelho. “Recordemos a vivacidade desta Igreja, a juventude, alegria, o sentido pleno da missão que vem do Espírito”.

Neste sentido, recordar também é tempo de regressar. “Tempo de voltar atrás, no passado e se arrepender, porque, temos que pedir que o Senhor nos cure, das nossas relações danificadas, que são essenciais para sustentar uma comunidade, mas não é fácil viver em comunidade, pois as vezes, nos chocamos. Jubileu é um tempo de regressar a Deus pela sua misericórdia infinita, pedir entre nós o seu perdão para garantir para todos a paz. Jubileu é esse tempo de regressar”, afirmou o bispo.

É preciso perdão para viver uma vida nova, para viver bem em comunidade, experimentar a misericórdia na comunidade. “Eu desejo que nossa Paróquia São Sebastião, com suas comunidades e pastorais, continue sendo ilhas de misericórdia no mar das indiferenças. Quantos devotos de São Sebastião se sentiram feridos, sufocados, no meio do caos da sua própria existência, isolados numa ilha de dor, e aqui encontraram o bálsamo para suas feridas, o perfume para o coração. Pois, muitas vezes não conseguimos conter as lágrimas que correm pelo rosto, mas podemos oferecer o lenço. Quantas vezes essa comunidade, ofereceu um lenço para aqueles que choravam tanto, porque somos irmãos”.

É tempo de repousar – Neste ponto, Malaspina, afirmou que para o homem do antigo testamento, o jubileu era tempo de repousar dos seus habituais trabalhos, para que a terra descansasse e o mundo recuperasse a ordem.  Assim, continuou dizendo que, a pandemia deixou nas comunidades uma crise profunda, colocando definitivamente uma encruzilhada do velho que está morrendo e a do novo que ainda não nasceu. E agora com a nova retomada do mundo, iniciou uma nova etapa da história, e cada um deve aproveitar este momento decisivo para acabar de vez com as atividades e objetivos que são supérfluos e destrutivos, para que se cultive no seio da cidade e da comunidade, valores, vínculos, projetos criativos que levam em conta aqueles que sofrem. “A indiferença não pode acontecer, nunca deve acontecer. Todos nós estamos no mesmo barco, não é momento de nós acreditarmos no castigo de Deus, mas é tempo de escolher aquilo que é essencial e não aquilo que é supérfluo. Nos colocar sempre a serviço daqueles que são mais frágeis, mais fracos, mais desfavorecidos”.

É tempo de restaurar – Restaurar a harmonia em comunidade. No evangelho, Jesus diz “Permanecei no meu amor”. Dom Eduardo comentou que a novidade da harmonia está no amor de Jesus Cristo, Aquele que deu a vida por todos. O amor que abre para o próximo, tornando a base dos relacionamentos, capaz de superar as barreiras dos próprios preconceitos. O amor de Jesus cria pontes, abre novos caminhos e um dinamismo para a fraternidade. “Acredite no amor como você acredita no dia, pois ele volta depois de qualquer noite. Ele nasce sempre de novo, Ele preenche seu coração de luz, paz e de nova esperança. E, aqui em Borborema, nós somos chamados como cristãos, para dar testemunho deste Amor, a ser fruto deste Amor. Em todos os trabalhos que aqui realizamos, nosso fruto que somos chamados a dar, é o fruto que permanece no tempo e para eternidade”.

É tempo de rejubilar – Na tradição, o jubileu é um tempo festivo, inaugurado por sons de trombetas, que ressoam por toda a terra. “Nós somos testemunhas de como o Espírito Santo nos inspirou nesses últimos tempos. É uma alegria, ver essa comunidade tão viva que já ofereceu a Igreja tantos padres, religiosos e religiosas, homens e mulheres empenhados na causa do Reino, e um bispo, que mesmo sendo da encantadora cidade de Tabatinga, ele foi aqui, padre, cuidou do rebanho de Cristo, dando a este rebanho tudo da sua existência, o amor, o afeto, a ternura, a consolação, o perdão, o encorajamento nos momentos difíceis. Obrigado Dom Francisco, pelo seu empenho, pelos seus quase 25 anos como padre aqui desta comunidade. E queremos rejubilar, acima de tudo, na unidade e na comunhão, que nos faz crescer como irmãos, que nos fortalece na missão evangelizadora e rejubilar na sinodalidade, caminhar juntos”.

Por fim, Dom Eduardo concluiu pedindo que após esta celebração, a comunidade possa rezar, ser paróquia orante; que crianças e jovens sejam o futuro da comunidade, através do exemplo e testemunho dos mais velhos que se doam e se doaram; e por último, não deixar que a audácia do mal se alimente com a covardia dos bons. “Jamais deixemos de ser semeadores do Evangelho da esperança, de esperança em esperança. A nossa Paróquia de São Sebastião, a vocês todos, e aos nossos consagrados e consagradas, gostaria de aplicar um verso de Fernando Pessoa que diz: ‘Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive’. Amém”, concluiu o bispo.

Nos ritos finais da missa, Dom Eduardo acompanhado do pároco e os concelebrantes, foi realizada a bênção do monumento de São Sebastião que marca o 1º Centenário da Paróquia. E, também, foi feito o ato de descerramento da placa deste Ano Jubilar dos 100 anos, que ficará registrada e marcada na história da comunidade paroquial.

Em seguida, foi concedida a palavra ao prefeito do município, Vladimir A. Adabo e a vice-prefeita Sheila Maria Gonçalves de Oliveira, que entregaram uma placa ao pároco em homenagem a esta importante data na história da comunidade.

Por fim, houve os agradecimentos por parte do Padre Walterlei Anderson de Sá, a todos que participaram da celebração, especialmente, os padres, bispos, religiosos e religiosas, que fazem parte desta história de doação e dedicação em favor do Reino de Deus. E também, os agradecimentos feitos por Dom Eduardo, “agradeço a acolhida, o testemunho de fé desta comunidade e, queremos daqui para frente, ser mais cristãos católicos, queremos viver nosso ser cristão, lá fora; aqui celebrarmos, mas viver intensamente, nas realidades que Deus te colocou. Olhar o futuro com esperança, de esperança em esperança, esse é o grande desejo e desafio que o Jubileu nos dá. A esperança que deve permanecer nos nossos corações. Se não for agora, vai ser quando? Se não for conosco, vai ser com quem? Se não for deste jeito, missionário, animado, como discípulos missionários que somos, vai ser de que forma? É agora o momento, é conosco, é desse jeito que o Senhor nos quer que nós sejamos essa Igreja jubilosa. Nós, então, agradecemos, Padre Walterlei, por todo o trabalho que você desenvolve nessa comunidade como nosso colaborador, você sabe o carinho e o zelo que nós temos por você. Por isso, continue animado, que você continue oferecendo cada vez mais o melhor do seu sacerdócio, da sua vida, da sua juventude, nesta Paróquia viva e operante. Se nós estamos aqui, estamos graças aqueles que nos precederam e conseguimos enxergar mais longe. Louvado seja Deus, por aqueles que nos precederam, que nós recomendamos ao Senhor que possa acolher aqueles que já se foram no seu Coração Misericordioso. Termino com uma frase que é meu lema, de São Francisco de Sales: ‘Não se preocupe com o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje, se encarrega de você amanhã e todos os dias. Ou Ele protegerá você do sofrimento, ou lhe dará a força infalível para suportá-lo’. Amém”, concluiu o bispo e deu-se a bênção final.

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