Pe. Rubens nov 4, 2021

Especial São Carlos Borromeu: No marco zero da cidade, a Catedral identifica São Carlos

Especial São Carlos Borromeu: No marco zero da cidade, a Catedral identifica São Carlos

Da Redação, Foto: Mauricio Motta 

Catedral de São Carlos Borromeu, localizada na Praça Dom José Marcondes Homem de Melo, em São Carlos (São Paulo), é considerada o marco zero da cidade. Com uma cúpula com mais de 70 metros de altura e 30 metros de diâmetro, é uma réplica arquitetônica da Basílica de São Pedro no Vaticano.

A Catedral está construída no local onde se ergueu a primeira capela, entre as ruas Conde do Pinhal e 13 de Maio, na área central. O projeto é do professor Ernfried Frick e conta com vitrais de Helmar, os altares são em mármore carrara e a Via Sacra foi executada pela artista de São Carlos “Almira Ragonesi Bruno”. A imagem de São Carlos Borromeu da época de fundação da cidade, com a cabeça e mãos esculpidas em madeira, está na Catedral.

A primeira capela foi erguida durante o ano de 1856, antes mesmo da autorização escrita do bispo Dom Antônio Joaquim de Melo (a qual chegou somente em 4 de fevereiro de 1857). Certamente os construtores já contavam a autorização oral do bispo, pois naquele tempo a correspondência era muito demorada. Era uma construção bem rústica, constituída principalmente de madeira. Foi consagrada a São Carlos Borromeu por ser o santo de devoção da família Arruda Botelho, dona das terras onde a capela estava sendo contruida. A família viria fundar a cidade de São Carlos em 4 de novembro de 1857, doando parte de suas terras (incluindo a capela) para tal feito.

No dia 27 de dezembro de 1857, o padre Joaquim Cipriano de Camargo (que era vigário de Araraquara) inaugurou a capela de São Carlos, celebrando a primeira missa.

Aos 2 de fevereiro de 1858, o Bispo de São Paulo, Dom Antônio Joaquim de Melo, elevou a Capela à categoria de Paróquia de São Carlos. Devido à precariedade do templo, o pároco (padre Joaquim Botelho da Fonseca) foi enviado somente dois anos depois.

Em 1868 foi realizada a primeira reforma do templo, e contou com a ajuda da Câmara Municipal. Foi edificado de modo a abranger em seu recinto a capela primitiva, que foi sendo desmanchada à medida que ia sendo erguida a nova.

Uma visita do imperador Dom Pedro II a São Carlos, em 1886, motivou a ampliação da pequena matriz. Também ergueu-se uma torre com relógio, cuja cúpula era arredondada (em 1918, um reforma na fachada alteraria também a torre, que passaria a ser de base quadrada, encimada por pirâmide oitavada).

Com a criação da Diocese de São Carlos em 7 de junho de 1908, a matriz de São Carlos foi elevada à categoria de Catedral.

Durante o episcopado de Dom Gastão, segundo bispo da diocese de São Carlos, que durou de 1937 a 1945, iniciaram-se as discussões sobre uma grande reforma da catedral. Dom Gastão desejava construir uma nova catedral, em um local diferente (onde hoje se encontra a Praça da XV), mantendo a antiga catedral intacta. Porém, a população são-carlense queria que a nova catedral fosse levantada no mesmo local da antiga. O problema só foi resolvido em 1946, durante o episcopado de Dom Ruy Serra. O novo bispo decidiu conservar a catedral no mesmo lugar, e no dia 4 de novembro de 1946 deu a bênção à pedra fundamental da nova catedral.

Em 13 de novembro de 1948, foi assinado em Roma a autorização da demolição da Catedral velha e que permitia o uso da capela do Seminário Diocesano de São Carlos como catedral provisória.

A nova Catedral começou a ser erguida em volta da antiga. As obras de construção começaram em 4 de novembro de 1946, enquanto a demolição da antiga catedral se deu em 9 de julho de 1949.

A nova Catedral de São Carlos foi sendo inaugurada por parte. Em 4 de novembro de 1956 a nova Catedral foi aberta ao culto público, mesmo inacabada. As missas eram celebradas no salão térreo, enquanto a nave principal ainda estava em construção.

A inauguração da capela-mor deu-se no dia 4 de abril de 1962, um Domingo de Ramos, por Dom Ruy Serra. Este dia também foi marcado por nele ter sido realizada a primeira missa versus populum (de frente para o povo) em São Carlos, de acordo com as novas normas litúrgicas do Concílio Vaticano II. As missas até então eram celebradas versus Deum (com o padre voltado a Deus, de costas para o povo).

O piso de toda a igreja foi colocado em 1963 (1700 m² de arenito polido). O altar-mor foi sagrado no dia 27 de maio de 1965; o altar do Santíssimo Sacramento foi sagrado no dia 20 de julho do mesmo ano; os 200 bancos foram inaugurados em 1969.

Finalmente, no dia 8 de dezembro de 1970, foi solenemente sagrada a catedral de São Carlos. O ato litúrgico foi presidido por Dom Ruy Serra e por Dom José Aquino Pereira, bispo de São José do Rio Preto.

No dia 5 de novembro de 2006, foi inaugurada a nova iluminação exterior da Catedral, com mais de 270 pontos de luz, dando mais vida à catedral, e transformando-a em uma bela atração turística agora também à noite.

Vocação para o catolicismo

Considerado entre os maiores santos, que glorificaram a Igreja Católica no século XVI, São Carlos Borromeu nasceu no dia 2 de outubro de 1538. Dedicado ao sacerdócio desde a sua mais tenra infância, Carlos galgou as posições mais elevadas na hierarquia eclesiástica. Foi responsável pela organização de uma série de concílios providenciais e diocesanos, escrevendo uma excelente instrução para os confessores e publicando as instituições e regras da sociedade de escolas da doutrina cristã.

Fundou albergues, colégios, hospitais e seminários, para que os sarcedotes tivessem uma formação sólida de adequada. Sabendo que a caridade também abria os corações à religião, Carlos visitava os vilarejos mais pobres, onde distribuía alimentos, e dividiu todo o seu patrimônio familiar entre os doentes e desvalidos. Já arcebispo de Milão morreu no dia 3 de novembro aos 46 anos de idade, sendo canonizado no dia 4 de novembro de 1610, pelo papa Paulo V.

Informações do Portal da Catedral de São Carlos

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