Pe. Rubens jun 20, 2022

cônego Lucio Bordignon, saudoso “Padre Lucio”

cônego Lucio Bordignon, saudoso “Padre Lucio”
Artigo de Cirilo Braga | cronista e assessor de comunicação em São Carlos  (MTb 32605) com atuação na Imprensa da cidade desde 1980. É autor do livro “Coluna do Adu – Sabe lá o que é isso?” (2016) 
Nesta semana em que as atenções de nossa região se voltaram para Matão, na tradicional decoração de ruas no Corpus Christi, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a trajetória de um matonense que marcou época em Boa Esperança do Sul: o cônego Lucio Bordignon, o saudoso “Padre Lucio”, por décadas pároco da Igreja Matriz de São Sebastião, onde fui batizado e fiz minha primeira comunhão.
Por uma casualidade, falei ao telefone com um familiar do padre, o jornalista Rogério Bordignon, que me transmitiu informações – há tempos buscadas – sobre a biografia de nosso eterno pároco.
Às referências que eu tinha do pastor zeloso, apreciador da boa música (nos brindava com a audição de “Aria da Quarta Corda” de Bach nas manhãs de domingo no alto-falante da igreja), grande amigo de minha família, se somaram os dados sobre sua trajetória.
Coroinha que fui em Boa Esperança nos meus 7 e 8 anos, em 1970 e 1971, vi de perto a admiração das pessoas pelo religioso, que também oficiava missas nos distritos de Pedra Branca e Trabiju, onde era festivamente recebido. Quando nos mudamos para São Carlos era frequente pegar “carona” com o padre na viagem de retorno a São Carlos, com o rádio sintonizado em jogos do Palmeiras, seu time de coração.
Luciano Lucio Gandini Bordignon nasceu em Matão em 15 de fevereiro de 1925, filho de Adelino Luiz Bordignon e Angelina Gandini e irmão de Maria Ivone, Armando Luiz, e dos gêmeos Carmelita e Vicente.
Completou o Primário (Ensino Fundamental I) no grupo ‘José Inocêncio da Costa’, em 1935. Iniciou seus estudos como seminarista em 1935 no Ginásio Municipal de São Carlos. Entre 1941 e 1947, cursou Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo, recebendo o Diaconato em 1947, mesmo ano em que foi ordenado padre em 7 de dezembro.
Entre 1948 e 1950 atuou como coadjutor na Catedral de São Carlos, diretor espiritual do Seminário Menor Diocesano e vigário em Itirapina (aos sábados e domingos). Em1950, assumiu como vigário de Boa Esperança do Sul onde viveu até 1966, quando continuou responsável pela paróquia, mas passou a residir no Seminário de São Carlos, assistindo os paroquianos boa-esperancenses aos sábados e domingos.
A partir de então, acumulou importantes funções em São Carlos. Foi capelão dos Irmãos Lassalistas (1966-1967), diretor espiritual (1966), professor do Seminário Menor (1966-1974), cônego catedrático (1968-1973) e chanceler do Bispado (1974 -1999).
Encerrada sua missão pastoral em Boa Esperança, por 18 anos (de 1981 a 1999) foi vigário da paróquia Santo Antonio na Vila Prado em São Carlos.
Padre Lucio faleceu no dia 19 de agosto de 1999, aos 74 anos, na Beneficência Portuguesa em São Paulo, vítima de complicações cardíacas. O corpo foi velado em São Carlos e Matão, local de seu sepultamento.
Em Boa Esperança e na Vila Prado deixou o precioso legado do pastor autêntico que soube iluminar os caminhos da fé e cultivar laços fraternos com os fiéis. Na Diocese, plantou sementes de ensinamentos que frutificaram nos continuadores de sua jornada de fé.
Foto: Acervo de Aryoldo Machado/Reprodução
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