Pe. Rubens mar 9, 2022

Campanha da Fraternidade 2022: um belo presente pelos 40 anos da Pastoral da Educação

Campanha da Fraternidade 2022: um belo presente pelos 40 anos da Pastoral da Educação

Pastoral da Educação completa 40 anos neste ano. A Campanha da Fraternidade 2022, cujo tema é “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26) é um significativo e oportuno presente e uma imensa oportunidade para a Pastoral da Educação se fortalecer.

O texto-base, nos parágrafos 256 a 264, indica muitas ações que podemos desenvolver para que a Campanha seja vivenciada e produza frutos para o presente e para o futuro. Uma ação indispensável e essencial, no entanto, é o reconhecimento, incentivo, valorização e promoção da Pastoral da Educação.

O Documento Final da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizado em 2002, conhecido como Documento de Aparecida, já indicava que:

A Pastoral da Educação pretende ser a presença evangelizadora da Igreja no mundo da educação. Objetiva uma Educação que ofereça às crianças, aos jovens e aos adultos o encontro com os valores culturais do próprio país, descobrindo ou integrando neles a dimensão religiosa e transcendente (DAp, 334).

A Pastoral da Educação tem uma desafiadora, ampla e bela missão. No conceito de Educação cabem muitos sentidos e todos remetem à formação de pessoas, seja nos espaços formais como nos informais, na educação sistemática ou na assistemática. Em todos os lugares, em todas as situações e realidade, somos educados e formados.

Carlos Rodrigues Brandão, na Coleção Primeiros Passos; 20: O que é educação (2007. P. 07) reflete que:

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações.

“Ninguém escapa da educação”, não há como negar, mas uma interrogação deve se manter aberta: Qual educação? Aquela que é “sinal do Reino de Deus”? Infelizmente, nem sempre a formação recebida está em sintonia com o Bem, com Bom e com o Belo. O educador cristão é um Discípulo Missionário da esperança e “fomos salvos pela esperança” (Rm 8, 24). A Pastoral da Educação precisa arrebanhar aqueles que se comprometem em ser Sinal do Sagrado em todos os espaços, lugares e situações onde a educação acontece.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no Estudo 110, Diretrizes Nacionais (2016) orienta sobre as finalidades da Pastoral da Educação:

Promover, articular e organizar ações evangelizadoras no mundo da educação, compreendido como pessoas, instituições e ambientes relacionados à educação, com a finalidade de ser sinal do Reino de Deus e de construir um ser humano fraterno, livre, justo, consciente, comprometido e ético. (…) portanto, à luz da experiência evangelizadora da Igreja, a pastoral da educação pretende ser uma presença evangelizadora da Igreja no mundo da educação, possibilitando, por meio de processos pedagógicos e pastorais, o encontro das pessoas com os valores do Reino de Deus, como o amor, a verdade e o bem (Pág.7; 11).

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A Escola não é o único lugar da Educação, mas é, sem dúvida, um lugar onde as pessoas passam grande parte da vida. Basta fazer um cálculo básico de quantos anos você entrou na escola, com quantos anos saiu: quantas horas por dia permanecia na escola e quantos meses de cada ano?

Para aqueles que formalizaram sua formação da Educação Infantil ao Ensino Superior, a conta fecha em 14 anos dentro do ambiente escolar. E o mais intrigante: os anos de vida que envolvem a formação humana. Daí a essencial preocupação de manter o foco e a atenção permanente para a influência desta instituição na formação humana. São muitos anos dentro de uma Escola, e nesta jornada muito se aprende e apreende. Um campo inesgotável de ação para a missão da Pastoral da Educação.

Da Educação depende o futuro da humanidade. Depende a espiritualidade, a afetividade, a solidariedade, as políticas públicas, o conhecimento, a cidadania, a ciência, a paz e tantas outras dimensões que envolvem a vida.

Permanece o convite: onde ainda não existe a Pastoral da Educação, dar passos para que seja iniciada. Uma proposta inicial é de formar grupos de estudo para a reflexão do Estudo 110 da CNBB (Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais) e também do Texto-Base da CF2022. Em seguida, traçar passos para a continuidade. Procure o Bispo Referencial da Educação do seu Regional. Onde já existe, que seja fortalecida pelas ações proposta da Campanha da Fraternidade 2022.

A missão de formar pessoas é uma das mais desafiadoras e difíceis que podemos exercer, como nos lembra o filósofo Jean-Jacques Rousseau em sua obra “Emilio” ou “Da Educação” (1996, p. 10):

Formar pessoas demanda tempo e paciência, além de seriedade e dedicação. Nascemos fracos, precisamos de força; nascemos desprovidos de tudo, temos necessidade de assistência; nascemos sem capacidade de julgar, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer, e de que precisamos adultos.

E permanece também o desafio de se pensar a Pastoral da Educação em um sentido de atuação ampla, para além da escola. Estarmos atentos às possibilidades e lugares em que a educação acontece, seja a educação sistemática como a educação assistemática.

Joana Darc Venancio (Redação A12)

Joana Darc VenancioPedagoga, Mestre em educação e Doutora em Filosofia. Especialista em Educação a Distância e Administração Escolar, Teóloga pelo Centro Universitário Claretiano. Professora da Universidade Estácio de Sá. Coordenadora da Pastoral da Educação e da Catequese na Diocese de Itaguaí (RJ)

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