Diocese São Carlos out 19, 2017

Santuário de Fátima celebra neste domingo dia de São João Paulo II

Santuário de Fátima celebra neste domingo dia de São João Paulo II

Por Sidney Prado – Assessoria de Comunicação da Diocese de São Carlos

Com informações da Agência Ecclesia / Foto: Arquivo L’Osservatore Romano

Neste domingo, 22, a Igreja Católica recorda a memória litúrgica de São João Paulo II, canonizado no dia 27 de abril de 2014 no Vaticano.

Para assinalar a data, o Santuário de Fátima, em Portugal, vai acolher neste final de semana uma relíquia do santo, que ficará exposta à veneração dos fiéis na Capela da Ressurreição de Jesus no sábado e domingo, 21 e 22.

O acolhimento da relíquia será no sábado na Capelinha das Aparições, onde haverá a oração do Terço. Em seguida, será conduzida à Capela da Ressurreição de Jesus, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade.

Depois de permanecer no local também no domingo, às 18h30 (hora local) a relíquia será levada à Basílica de Nossa Senhora do Rosário, para a Missa votiva de São João Paulo II. A celebração será presidida pelo diretor do Serviço de Liturgia, padre Sérgio Henriques, e contará com a especial participação dos acólitos que participaram nas celebrações das três visitas que João Paulo II realizou ao Santuário de Fátima em 1982, 1991 e 2000.

A presença desta relíquia em Fátima deve-se essencialmente à profunda ligação existente entre São João Paulo II e Fátima, que o Santuário procura também sublinhar neste ano do Centenário.

João Paulo II e Fátima

A forte devoção de Karol Wojtyla à Nossa Senhora começou desde jovem. Após a morte de sua mãe, quando ele tinha 9 anos, Karol passou a visitar frequentemente a Igreja paroquial e habituou-se a confiar todas as suas preocupações e anseios à Virgem.

Mais tarde, quando foi nomeado bispo, escolheu para as suas armas episcopais, a letra M junto à cruz e o lema Totus Tuus (Todo Teu), como sinal de total entrega a Maria. E com frequência o então bispo e cardeal de Cracóvia era visto no Santuário da Virgem Negra de Czestochowa, ajoelhado aos pés da Rainha da Polônia. A devoção de João Paulo II a Nossa Senhora sempre foi evidente.

Depois do atentado, que por muito pouco não o matou, na praça de São Pedro, a 13 de maio de 1981, o Papa agradeceu à Virgem de Fátima por lhe ter salvo a vida.

No ano seguinte ao atentado, foi a Fátima agradecer a especial proteção: “Vi em tudo o que foi sucedendo − não me canso de o repetir − uma especial proteção materna de Nossa Senhora. E por coincidência − e não há meras coincidências nos desígnios da Providência divina − vi também um apelo e, quiçá uma chamada de atenção para a mensagem que daqui partiu”.

Com efeito, todo o Pontificado de João Paulo II foi intimamente ligado à mensagem de Fátima. Os esforços do Papa em cumprir todas as indicações que a Virgem deixou aos pastorinhos tiveram o seu ponto alto no ato de consagração celebrado em Roma, a 25 de março de 1984, em união com todos os bispos do mundo.

Para presidir a esta celebração, o Santo Padre pediu que a imagem original da Virgem de Fátima fosse levada a Roma. No dia seguinte, João Paulo II entregou ao Bispo de Leiria, Dom Alberto Cosme do Amaral, uma pequena caixa com “um presente para Nossa Senhora”. Comovido, o bispo abriu a caixa e constatou que se tratava da bala que tinha atravessado o corpo do Papa. Esta está encastoada no interior da coroa preciosa que se coloca na Imagem de Nossa Senhora nos dias 13, de maio a outubro, e noutras solenidades especiais, como a Imaculada Conceição e a Assunção de Nossa Senhora.

Dez anos após o atentado, João Paulo II voltou a Fátima. Desta vez, além do aspecto pessoal, o Papa teve outros motivos para agradecer à Virgem. O muro de Berlim já não existia e os países de Leste abriam nessa época as portas à estabilização da democracia. Neste contexto, o Santo Padre foi ao Santuário “a fim de agradecer a Nossa Senhora a proteção dada à Igreja nestes anos, que registraram rápidas e profundas transformações sociais, permitindo abrirem-se novas esperanças para vários povos oprimidos por ideologias ateias que impediram a prática da sua fé”.

Em 13 de maio 2000, ano em que é revelada publicamente a terceira parte do segredo de Fátima, João Paulo II voltou ao santuário da Cova da Iria e beatificou os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

Nas palavras proferidas pelo cardeal Sodano, a proteção dada ao Papa “parece ter a ver também com a chamada terceira parte do segredo de Fátima”, referindo claramente o atentado sofrido por João Paulo II em 13 de maio de 1981 e “a mão materna” que permitiu que o Papa agonizante se detivesse no limiar da morte.

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